Wash escreveu:Deculpem senhores, em momento algum falei que seria fácil, muito menos imaginei que o empreendedor que se propuzesse a fazê-lo faturaria tubos de dinheiro logo de cara. Aliás, esse é um dos grandes defeitos do empresário brasileiro no geral, querer entrar num projeto tendo lucro imediato ou mesmo a curto prazo.
Voltando lá ao início do tópico, a empresa que se propoz a entrar nessa jogada, não me parece ser uma empresa de fundo de quintal e pelo exposto tinha até um incentivo para investir em novas tecnologias. E outra, no caso da empresa supra citada, esse não seria o filão principal da empresa. Seria apenas o projeto de um novo produto. Engraçado ler aqui, que os marcadores internacionais são o must. Ora senhores a TPX foi lançada no mercado cheia de problemas. Era cilindro que não furava, bolinhas que quebravam dentro etc. Outros marcadores tb vieram ao mercado com vários tipos de problemas. Esse lance de preconceito com relação aprodutos nacionais é coisa dos anos 80.
Trabalho no ramo aeronáutico. Um amigo aqui até citou nossas empresas do ramo. É um ramo onde cada projeto é um risco absurdo para as empresas. Muitas vezes o projeto só se paga depois da venda de dezenas de aeronaves e ou componentes. Por isso hj em dia é comum elas montarem projetos em comum para dividir os riscos. Mas as empresas tem uma visão de longo prazo e controle de qualidade. Só com uma visão assim uma empresa poderia realmente entrar nessa empreitada.
Oq quis dizer com minha explanação é o seguinte, trocando em miúdos: O criador do tópico pediu nossas sugestões como usuários, pediu nosso apoio ao projeto. O dono da empresa não é criança, e pelas premiações tb não é bobo. Portanto as preocupações com capital, investimento, legislação deveriam ser deles e não nossas. Nossa preocupação deveria ter ficado no campo de dizer o que esperamos do marcador.
Desculpem se pareci seco ou talvez até lúdico, mas é assim que penso. Com o tipo de apoio que foi dado aqui, na boa, se o cara tinha intenção de correr o risco, a vaca foi pro brejo.
Estamos entrando em detalhes administrativos/financeiros que realmente fogem um pouco da discussão, mas ainda assim válidos...
Se o investimento é de curto, médio ou longo prazo, de antemão isso foi revisado em um plano de negócios, mas para haver INVESTIMENTO, precisa-se necessariamente do INVESTIDOR. Geralmente não é o mesmo, e investidor não é passional nem está preocupado em melhorar a condição do jogo de paintball no Brasil (só depois, é claro, pra aumentar seus ganhos
).
O investidor é frio e calculista: - Tem mercado? - Tempo de retorno do investimento? Margem de investimento e retorno? Comparativo de ganhos x perdas e riscos.
Você citou uma empresa aeronautica, um produto aeronautico... Não tem bobo nesse mercado, não tem inocente que resolva fabricar uma aeronave no Brasil (eu acho que hj em dia no mundo!) que não tenha estudado tudo perfeitamente e não saiba que vai imobilizar X milhões pq tem possibilidade de ganhar 2X; Esse cara vai construir alguma coisa dentro de um segmento que tem menos concorrência e explorando deficiências dos produtos atuais, e aí é uma regra que vale para qualquer produto.
Se ele fizer bom trabalho, tem risco menor e portanto torna-se um investimento mais suculento para os INVESTIDORES.
É simples pra caramba.
Sem essa de produto nacional ruim... Embraer tá aí pra isso, grandes montadoras usam projetos brasileiros lá fora, nossos designers dão aula de ergonomia. Se o produto aqui é sério, geralmente é bem feito e tem padrões de qualidade internacional (até porque hoje em dia todo mundo concorre com a China!)
Veja a ENGESA que na década de 80 montou o melhor tanque de guerra do mundo, mas sem pedidos suficientes (e lógicamente com que$tões protecionistas muito mais barra pesada) não aguentou o tranco e fechou.
Acontece que pra investimento de longo prazo, precisa-se de confiabilidade e percepção SÓLIDA de mercado.
Meramente o fato da legislação já detona isso. A legislação já mudou ALGUMAS VEZES nos ultimos anos, sempre piorando pro paintball! Quem fabrica aeronave sabe que nenhum governo no mundo vai criar legislação proibindo ou dificultando comércio de aviões, mas quem fabricasse marcador no Brasil... ia precisar de atenção do cardiologista a cada nova portaria do EB!
Como esse cara vai pensar em longo prazo?
O lance que vc falou das Tipp. Pô... eu sempre achei Tipp. um marcador muito do mais ou menos, não confio e acho a manutenção fraca. Falo isso em relação a quantidade de tiros para manutenção: Um o-ring de uma Tipp. dura MUITO menos em numero de tiros que um o-ring numa Smart Parts, por exemplo e isso sem falar em consumo de Gas ou AR.
Não tenho QUALQUER duvida que um bom projeto nacional tivesse tanta capacidade quanto as Tipp. ou qualquer outra marca.
Havendo seriedade e comprometimento com melhorias, qualidade e atenção às demandas dos usuários, seria sem dúvida um produto que valeria a pena investir e comprar.
Uma empresa que acho venerável nisso é a Planet Eclipse da Inglaterra. Uma empresa que ficou grande, mas de jogadores. Até hoje eles tem uma atenção absurda às necessidades dos jogadores e uma proximidade impressionante. Mandam os engenheiros pros campeonatos para conversar com os usuários, trocar idéias, tirar dúvidas e aprender o que podem melhorar. Fantásticos.
Ou seja;
Acho que estamos todos falando de algo que esse empresário interessado em quem sabe montar marcadores no Brasil já está CARECA de saber, e portanto eis a resposta da inanição do projeto: Hoje, essa empreitada é muito arriscada, e não é por falta de "culhões" dele ou incentivo maior ou menor nosso, mas por estudos e calculos sensatos.