Bom, se tratando de um evento de Real Action, as regras devem ser aquelas aplicadas à modalidade.
Nesta consciência, o uso do Médico, Armeiro e demais especialistas é fundamental e acrescentam um fator de jogabilidade impar aos jogos.
Portanto, para a proposta do evento a regra do garrafão se torna inadequada (não vou entrar no mérito se eu gosto, concordo ou apoio tal regra, porque não é pertinente).
Minha humilde opinião é que a organização defina as regras e seja rígida em sua aplicação. Os jogadores e equipes convidadas terão tempo para avaliar o conjunto de regras e decidir se vão se adequar ou não à elas, e da mesma forma, se vão ou não participar do evento com suas condicionantes.
Acho uma iniciativa sensacional e o começo de uma boa linha de ação paralela em São Paulo, haja vista que o resto do Brasil tem abraçado em números cada vez maiores, a modalidade do Real Action.
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Vou me alongar um pouco mais para exemplificar uma discussão sobre a limitação de munição aplicada aos jogos de Real Action.
Aqui em Belo Horizonte/MG usamos o limite de 150 bolinhas por missão/partida com uma média de 3/4 missões/partidas por evento.
Isso rende 01 carga de 30 bolinhas no loader + 04 recargas de 30 bolinhas (sempre em pods táticos).
Aqui, mesmo com uma tradição no Real Action (temos mais de 06 times e quase 150 jogadores totalmente dedicados ao Real Action), ainda há um debate sobre esse limite de munições, com algumas pessoas pedindo um aumento desse volume, ou até a liberação do repasse de pods entre elementos do mesmo time.
Por aqui, defendi o limite das 150 bolinhas da sequinte forma:
Bom sobre a regra do limite de munição... isso é REGRA!
Não depende do Organizador... depende da consciência de quem joga.
Se cada um achar legal fazer uma coisa, diferente das regras... isso vai virar uma bagunça sem limites.
E vão falar... pô o Marcelo é chato e intransigente... mas agente pré-estabeleceu essas regras a muito tempo e temos jogado com ela sem problemas.
Bom... o cara que usa um marcador mecânico na certa está super feliz com sua carga de bolinhas que dará conta do seu jogo sem grande problemas.
O cara que usa eletrônica, na certa vai ficar na mão porque seu marcador cospe muito mais bolinhas em bem menos tempo que sua contrapartida mecânica.
"Mas na guerra o amigo passa munição pra outro..."
Na guerra... as pessoas morrem de verdade... na guerra há fogo de artilharia, bombardeios, tanques de guerra, munições de altíssimo calibre, aputações, morte de civís, dor, caos, destruição, famílias destruídas, dizimadas, estupros, assassinatos, selvagerias, fome, doênças, saques, dramas pessoais irreparáveis, cheiro de morte...
Na guerra não se pede paintcheck... nem se esconde o lugar que tomou o tiro...
Na guerra não há highlanders... e o médico em geral não recoloca o combatente ferido de volta ao combate imediatamente.
Na guerra, até mesmo as leis regulamentares marcias e tudo aquilo que é humanamente considerado certo é burlado em muitos momentos e até mesmo durante o tempo todo por muitos combatentes.
A guerra é uma merda... e eu não quero que o meu paintball também seja!
O que interessa se o cara leva 100 ou 1.000.000?
Nós jogamos Real Action... mas é um Real "Unreal" com missões de 01 hora no máximo cada!
Os jogadores teriam 450 munições (15 carregadores) para 3 horas de jogo... algo superior a realidade de muito soldado em muita guerra pelo mundo afora, na certa com duração maior que apenas 03 horas em um dia!
O engraçado é que agente faz um jogo com regras instigantes, com limitação de bolinha, uso fantasioso do médico e do armeiro, brincando de Forças Especiais, e tem uma galera que reclama de ter que correr, subir ou descer em cordas, reclama do calor, de ter que carregar objetos pesados ou ter desafios "desafiadores".
Cara... sou eu que estou errado?
Tudo é questão de escolha!
Se você escolheu arriscar jogar Real Action, pode se surpreender com uma jogabilidade instigante onde a opressão do volume de bolinhas pode ser suplantada pela restrição da quantidade de bolinhas e recargas táticas em momentos críticos, com médicos e armeiros correndo pelo campo para recolocar combatentes em situação de jogo novamente e verdadeiras limitações que ampliam ainda mais a emoção do jogo... porque quando vc toma um tiro em um membro inferior e não pode mais se mover, fica no cagaço de ser massacrado pelo fogo inimigo, e vê o médico como um verdadeiro salvador... ou ainda vê suas esperanças se esvairem quando o médico é eliminado na vã tentativa de chegar ao local onde você se encontra...
Onde mais pode se brincar assim?
Meu conselho, de velho chato com 19 anos paintball no livrinho:
Experimentem!
Se não gostarem... podem me chingar que eu aceito calado e ainda peço desculpas depois.
Abraço cambada